O norte-americano Samuel Fuller é um atípico caso de realizador muito à frente do seu tempo. Ele sempre gostou de filmes vibrantes, apaixonados, que mexessem com temas tabus, o que o afastou bastante do público, inclusive daquela fatia mais exigentes de cinéfilos. Tanto é verdade que é muito difícil encontrar filmes dele na internet. É provável que isso tenha acontecido por uma razão simples: Fuller adorava mexer em vespeiros. Onde ninguém mais tinha coragem de meter a mão, lá estava ele a enfiar os dedos. Shock Corridor, é um dos filmes mais conhecidos que ele fez, tem todos os atributos que marcaram a sua obra.
A longa-metragem veio antes do chocante e polémico “Naked Kiss”, que falava de pedofilia, da maneira abusada e sem rodriguinhos que sempre caracterizou a abordagem do realizador. “Shock Corridor” é um pouco mais suave, mas só um pouco. O filme narra a saga do ambicioso jornalista Johnny Barrett (Peter Breck), que simula insanidade para ser internado num hospício e investigar o misterioso assassinato de um paciente cometido dentro desta instituição. Lá dentro, ele pretende entrar em contato com três outros pacientes que assistiram ao crime. A esperança de Barrett é conseguir extrair deles o nome do assassino e, assim, ganhar o prémio Pulitzer, o mais importante do jornalismo internacional.
Drama / Mistério
Ano: 1963
País: E.U.A.
Duração 101 minutos
Realizador: Samuel Fuller
Cast:
Peter Breck
Constance Towers
Gene Evans
Imdb
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Os Amantes do Círculo Polar (Los Amantes del Círculo Polar)
Otto e Ana conheceram-se quando eram crianças. Conheceram-se por acaso, as pessoas relacionam-se por acaso. É uma história de vidas circulares, com nomes circulares, e um lugar circular (O Círculo Polar), onde o dia nunca acaba com o sol da meia noite. Há coisas que nunca acabam e o Amor é uma delas.
Tudo começa em 1980, quando têm oito anos saem do colégio a correr por diferentes motivos. Desde essa tarde começa a desenhar-se um círculo que só se completa dezassete anos mais tarde, quando ambos têm vinte e cinco anos.
Existem filmes que conseguem passar uma sensação quase mística, que transcende a linguagem cinematográfica e a narração. Os Amantes do Círculo Polar (Los Amantes del Círculo Polar, Espanha, 1998), de Júlio Medem, é um destes casos, porque tem um sabor decididamente diferente, difícil de ser descrito, mas que chega ao espectador e o atinge em cheio.
Este é um filme especial, onde se nota imediatamente o trabalho de um realizador que tem uma visão muito peculiar do mundo. Medem fotografa em tons brancos e azuis, formato CinemaScope. Não tem o "calor" que se espera de um realizador espanhol, uma vez que o filme até se mostra bastante frio, especialmente no seu final, que poderá dividir o público entre os que o acham poético, e outros que poderão sentir-se perturbados com a sua crueldade. Mesmo assim, não há indiferença perante tanta técnica e idéias fortes que fazem deste filme, um dos melhores do cinema espanhol.
Ignorado nos Goya, este filme correu o mundo ganhando prémios em varios festivais, incluindo uma passagem pelo festival de Veneza.
Drama/Mistério/Romance
Ano: 1998
País: Espanha
Duração: 112 minutos
Realizador: Júlio Medem
Cast:
Najwa Nimri
Fele Martínez
Nancho Novo
Imdb
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Drama/Mistério/Romance
Ano: 1998
País: Espanha
Duração: 112 minutos
Realizador: Júlio Medem
Cast:
Najwa Nimri
Fele Martínez
Nancho Novo
Imdb
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Contos de Loucura Normal (Storie di Ordinaria Follia)
Contos de Loucura Normal é um dos mais elogiados filmes de culto dos anos 80.lnspirando-se na vida e na obra do poeta underground Charles Bukowski,o cineasta Marco Ferreri criou um filme replecto de erotismo e lirismo. Charles Serking (Ben Gazzara) é um poeta rebelde e alcólico que vive no submundo de Los Angeles, no meio de prostitutas e marginais. Numa de suas maratonas pelos bares, conhece a linda prostituta Cass (Ornella Muti), com quem inicia um tórrido e trágico romance.
Poucas vezes se encontram artistas tão em sincronia como Charles Bukowski e Marco Ferreri neste filme. Ferreri adapta um romance chamado "Erections, Ejaculation, Exhibitions, and General Tales of Ordinary Madness" e consegue ser tão honesto como a fonte original.
Tal como a maioria dos filmes de Ferreri, foi lançado sob uma certa polémica, mas nada como o tempo para fazer justiça a uma grande obra. Ferreri ganhou aqui, pela única vez na sua carreira, o prémio de melhor realizador nos David di Donatello Awards, que são os Óscares italianos.
Drama
Ano: 1981
País: Itália/França
Duração: 101 minutos
Realizador: Marco Ferreri
Cast:
Ben Gazzara
Ornella Muti
Susan Tyrrell
Imdb
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Ano: 1981
País: Itália/França
Duração: 101 minutos
Realizador: Marco Ferreri
Cast:
Ben Gazzara
Ornella Muti
Susan Tyrrell
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Tristana, Amor Perverso (Tristana)
Desde 1963 que Buñuel andava à volta desta adaptação do romance clássico de Benito Pérez Galdós.Tem a ver com um dos seus tópicos preferidos: a sedução e a corrupção de uma inocente, Tristana (Catherine Deneuve), por um homem mais velho, Don Lope (Fernando Rey), um cavalheiro cujos ideais políticos abertamente proclamados são muito mais radicais do que a maneira como trata as mulheres. Tristana sobrevive a esta opressão, após perder uma perna, redobrando a sua perversidade e espalhando os seus efeitos.
Regresso de Buñuel a Espanha, embora numa cooperação com Italia e Espanha, este é considerado um dos melhores filmes do realizador surrealista.
Luis Buñuel tinha paixões e ódios fortíssimos. Na sua biografia, Buñuel dedica uma página e meia a Tristana. Diz que, embora a novela de Benito Perez Galdos, na qual o filme se baseia, não seja das melhores do autor, sempre se sentiu atraído pela personagem de Don Lope. “Atraí-me também a idéia de mudar a acção de Madrid para Toledo e render, assim, homenagem à cidade tão querida.” Pensou em Fernando Rey, com quem tinha trabalhado em Viridiana, de 1961, e “na jovem actriz italiana de quem gostava muito, Stefania Sandrelli”. O projecto não saiu na época; mais tarde, Catherine Deneuve – que tinha trabalhado com ele três anos antes, em 1967, em La Belle de Jour – escreveu-lhe várias vezes oferecendo-se para o papel principal.
Ganhou vários prémios, mas destaca-se uma nomeação ao Óscar de Melhor Filme em lingua estrangeira.
Drama
Ano: 1970
País: Espanha/Itália/França
Duração: 95 minutos
Realizador:Luis Bûnuel
Cast:
Catherine Deneuve
Fernando Rey
Franco Nero
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Imdb
Drama
Ano: 1970
País: Espanha/Itália/França
Duração: 95 minutos
Realizador:Luis Bûnuel
Cast:
Catherine Deneuve
Fernando Rey
Franco Nero
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Os Amantes Regulares (Les Amants Réguliers)
François tem 20 anos em Maio de 1968, tempo de revoltas estudantis em França. Há cargas policiais sobre as barricadas construídas pelos jovens. E aí que pela primeira vez se cruza com a bela Lilie. Perseguidos nos telhados, conseguem escapar da polícia de choque. De manhã, sente que viveu uma guerra civil e Lilie desapareceu. François escreve, é um poeta não publicado, com os seus amigos, artistas e estudantes. São uma dezena, têm entre 20 e 25 anos: fumar haxixe, a descoberta do ópio, mudar a vida, as festas, as miúdas... Lilie reaparece uma noite. O desejo de revolução é forte. Mais forte ainda o amor que vai nascer entre os dois.
Les Amants Réguliers é um lento e extenuante passeio de três horas pelas memórias do cineasta Philippe Garrel sobre o Maio de 68. De carácter claramente autobiográfico, onde Louis Garrel desempenha o papel que teria sido o do seu pai, também não é arbitrária a presença de Maurice Garrel, pai do cineasta. Les Amants Réguliers é um exercício nostálgico que saúda a Nouvelle Vague francesa nos seus aspectos mais estéticos. O preto e branco da fotografia de William Lubtchansky é, neste caso, quase literal, sem cinzentos que atenuem os ambientes escuros ou que amenizem a luz excessiva.
O filme The Dreamers(2003) de Bernardo Bertolucci (também protagonizado por Louis Garrel) resumia o Maio de 68 a sexo e beleza, mas a versão, supostamente mais realista de Garrel, é desesperadamente aborrecida e pretenciosa. Sendo esta a realidade, então tudo não passou de um entretém para jovens da classe média sem nada melhor para fazer do que atirar uns quantos cocktail molotov e ficar a vê-los arder (lentamente) ao sabor do ópio (ainda mais lento). E com tanta boa música para “colorir” este filme, Garrel opta por um minimalismo onde a música, quando existe, parece estar a substituir emoções que deviam lá estar por outros meios.
Garrell ganhou o Leão de Prata no festival de Veneza.
Drama/Romance
Ano: 2005
País: França
Duração: 175 minutos
Realizador: Philippe Garrel
Cast:
Louis Garrel
Clotilde Hesme
Imdb
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Drama/Romance
Ano: 2005
País: França
Duração: 175 minutos
Realizador: Philippe Garrel
Cast:
Louis Garrel
Clotilde Hesme
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